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Home Artigos jurídicos NORMOSE NORMOSE Home Artigos jurídicos NORMOSE NORMOSE Submitted by eopen on ter, 17/07/2018 – 13:43             Jean Yves Leloup, Roberto Crema e Pierre Weil , lançaram recentemente uma obra denominada  “Normose – A Patologia da Normalidade” .            O tema é instigante e traz um profundo vínculo com a Educação . Na verdade, o primeiro paralelo com a Educação diz respeito à famosa definição de Paulo Freire que, para a baixa qualidade de muitas de nossas escolas, usava a expressão “educação bancária” . Tal educação apontada por Freire, seria, segundo a obra aqui referida  uma “educação normótica” . Por que ?             A expressão “normose” e seu adjetivo “ normótico” dizem respeito ao que os autores consideram como sendo a grande patologia contemporânea : a mesmice. Em outras palavras, o ser humano, abrindo mão de sua singularidade e portanto de sua criatividade , encontra-se hoje à busca de “clones” .             Buscam-se “receitas prontas” e modelos a serem copiados… Parece claro que a Educação, de forma particular, precisa e deve estimular a criatividade de seu aluno, para que sua personalidade integral aflore .             O grande desafio que os educadores enfrentam em sala de aula são as “metas” colocadas pela família e pelo Estado , como sendo o objetivo último da educação. O exemplo mais óbvio dessas “metas” diz respeito à preparação para os vestibulares . Rubem Alves tem incansavelmente escrito sobre os desvios do processo de ensino-aprendizagem , em decorrência dessa ênfase nos vestibulares.            Hoje é de todos conhecida uma escola pública portuguesa – a Escola da Ponte – que nasceu sob a inspiração da obra do mesmo Rubem Alves e oferece um perfil absolutamente revolucionário , para as “normoses” vigentes. Aliás, uma escola pública municipal, de São Paulo vem buscando implantar regime semelhante ao da referida Escola da Ponte.             O Professor José Pacheco , diretor e fundador da escola portuguesa , tem estado no Brasil e numa palestra proferida na PUCSP ofereceu aos ouvintes o detalhamento do caminho percorrido pela instituição que dirige.            Em livro publicado recentemente , da Editora Papirus , de autoria de Rubem Alves, denominado “A Escola com que Sempre Sonhei Sem Imaginar que Pudesse Existir”  o autor detalha a história do surgimento dessa proposta educativa.            Quero acentuar que o exemplo que estou trazendo da Escola da Ponte poderá servir como estímulo, e não como modelo a ser seguido, caso contrário estaríamos caindo numa outra forma de “normose”… Posso da mesma forma que aponto para a Escola da Ponte, referir-me à Pedagogia Waldorf  também como proposta fora dos moldes “normóticos”,   visto que a preocupação primeira de tal pedagogia não são os vestibulares, mas , sim, uma iniciação do jovem , com ênfase nas artes, na realização plena de sua personalidade. Da mesma forma que a Escola da Ponte, a Pedagogia Waldorf também pode servir de inspiração, mas não de “modelo”…            Por que toda essa reflexão ?            Na verdade, sou educador desde os anos setenta,  trabalhando especialmente na PUCSP durante mais de trinta anos,   com alunos de pedagogia no primeiro ano de seu curso, e observando, que a maioria chega absolutamente “vazia” de conhecimentos esperados para sua idade e freqüentemente sem saber do porquê da eleição da área escolhida…Tanto assim que é muito comum a mudança de Faculdade, após o primeiro ano…Ou, pior ainda, o curso é feito tão somente no sentido de “obter um diploma”…            Tais ocorrências deixam claro que aquilo que Freire considerava fundamental no processo educativo não vem sendo considerado, ou seja, “conscientizar antes de alfabetizar”… Tal conscientização implicaria num processo de integração do aluno em seu “mundo vida”, como o próprio  Freire indicava. Ora integrar o aluno em seu mundo vida  seguramente é muito mais do que prepará-lo para o vestibular…            A sociedade vem “descobrindo”, que os jovens têm talentos múltiplos além daqueles próprios dos “doutores” … Hoje temos cursos de hotelaria, culinária, turismo, terapias corporais e outros que a cada momento vão surgindo. É preciso dar ao jovem no curso médio essa ampla visão de seu possível futuro profissional , inclusive como o  de artesão e não privilegiar a preparação para os vestibulares , que por sinal , não fosse o “loby” dos cursinhos já não existiriam, como já ocorre  em muitos paises . Na verdade são os currículos dos alunos que deverão servir  como instrumento de acesso   às   universidades. Segundo Rubem Alves se o número de candidatos  for superior ao número de vagas o sorteio deverá ser o instrumento de entrada nas Faculdades.            A verdade é que as escolas perderam o seu sentido fundamental de gestar um ser humano pleno e de preocupar-se com a iniciação do jovem  em seu autoconhecimento, que Sócrates a mais de dois mil anos já apontava como “principio de toda a sabedoria” .             Sim, ignorante de si mesmo como poderá o jovem escolher um campo profissional de   atuação ? O resultado é o sem número de diplomas nunca utilizados ou de artistas nunca revelados… Aliás o clássico do cinema , em educação, “Sociedade dos Poetas Mortos” , assim o diz claramente…            Assim, a “normose” na Educação é o processo de massificação da maioria das escolas que induz os jovens a serem “iguais” à maioria e tornar-se um universitário, de forma mais relevante nas carreiras que “oferecerem maiores possibilidades de ganho”…            A transformação de tal quadro somente se dará quando a formação dos educadores incluir nas atividades formadoras, o autoconhecimento, caso contrário, teremos “cegos conduzindo cegos” … Sim, a saída da “normose” passa em primeiro lugar, pela percepção profunda da própria identidade, naquilo que o psicólogo Carl. G. Jung denominava de processo de “individuação”, com a integração do “ego” com o “self”.            Caso isto não ocorra nossas escolas continuarão “bancárias”, como Freire o dizia ou “normóticas” como aqui acentuado. Submitted by eopen on ter, 17/07/2018 – 13:43             Jean Yves Leloup, Roberto Crema e Pierre Weil , lançaram recentemente uma obra denominada  “Normose – A Patologia da Normalidade” .            O tema é instigante e traz um profundo vínculo com a Educação . Na verdade, o primeiro paralelo com a Educação diz respeito à famosa definição de Paulo Freire que, para a baixa qualidade de muitas de nossas escolas, usava a expressão “educação bancária” . Tal educação apontada por Freire, seria, segundo a obra aqui referida  uma “educação normótica” . Por que ?             A expressão “normose” e seu adjetivo “ normótico” dizem respeito ao que os autores consideram como sendo a grande patologia contemporânea : a mesmice. Em outras palavras, o ser humano, abrindo mão de sua singularidade e portanto de sua criatividade , encontra-se hoje à busca de “clones” .             Buscam-se “receitas prontas” e modelos a serem copiados… Parece claro que a Educação, de forma particular, precisa e deve estimular a criatividade de seu aluno, para que sua personalidade integral aflore .             O grande desafio que os educadores enfrentam em sala de aula são as “metas” colocadas pela família e pelo Estado , como sendo o objetivo último da educação. O exemplo mais óbvio dessas “metas” diz respeito à preparação para os vestibulares . Rubem Alves tem incansavelmente escrito sobre os desvios do processo de ensino-aprendizagem , em decorrência dessa ênfase nos vestibulares.            Hoje é de todos conhecida uma escola pública portuguesa – a Escola da Ponte – que nasceu sob a inspiração da obra do mesmo Rubem Alves e oferece um perfil absolutamente revolucionário , para as “normoses” vigentes. Aliás, uma escola pública municipal, de São Paulo vem buscando implantar regime semelhante ao da referida Escola da Ponte.             O Professor José Pacheco , diretor e fundador da escola portuguesa , tem estado no Brasil e numa palestra proferida na PUCSP ofereceu aos ouvintes o detalhamento do caminho percorrido pela instituição que dirige.            Em livro publicado recentemente , da Editora Papirus , de autoria de Rubem Alves, denominado “A Escola com que Sempre Sonhei Sem Imaginar que Pudesse Existir”  o autor detalha a história do surgimento dessa proposta educativa.            Quero acentuar que o exemplo que estou trazendo da Escola da Ponte poderá servir como estímulo, e não como modelo a ser seguido, caso contrário estaríamos caindo numa outra forma de “normose”… Posso da mesma forma que aponto para a Escola da Ponte, referir-me à Pedagogia Waldorf  também como proposta fora dos moldes “normóticos”,   visto que a preocupação primeira de tal pedagogia não são os vestibulares, mas , sim, uma iniciação do jovem , com ênfase nas artes, na realização plena de sua personalidade. Da mesma forma que a Escola da Ponte, a Pedagogia Waldorf também pode servir de inspiração, mas não de “modelo”…            Por que toda essa reflexão ?            Na verdade, sou educador desde os anos setenta,  trabalhando especialmente na PUCSP durante mais de trinta anos,   com alunos de pedagogia no primeiro ano de seu curso, e observando, que a maioria chega absolutamente “vazia” de conhecimentos esperados para sua idade e freqüentemente sem saber do porquê da eleição da área escolhida…Tanto assim que é muito comum a mudança de Faculdade, após o primeiro ano…Ou, pior ainda, o curso é feito tão somente no sentido de “obter um diploma”…            Tais ocorrências deixam claro que aquilo que Freire considerava fundamental no processo educativo não vem sendo considerado, ou seja, “conscientizar antes de alfabetizar”… Tal conscientização implicaria num processo de integração do aluno em seu “mundo vida”, como o próprio  Freire indicava. Ora integrar o aluno em seu mundo vida  seguramente é muito mais do que prepará-lo para o vestibular…            A sociedade vem “descobrindo”, que os jovens têm talentos múltiplos além daqueles próprios dos “doutores” … Hoje temos cursos de hotelaria, culinária, turismo, terapias corporais e outros que a cada momento vão surgindo. É preciso dar ao jovem no curso médio essa ampla visão de seu possível futuro profissional , inclusive como o  de artesão e não privilegiar a preparação para os vestibulares , que por sinal , não fosse o “loby” dos cursinhos já não existiriam, como já ocorre  em muitos paises . Na verdade são os currículos dos alunos que deverão servir  como instrumento de acesso   às   universidades. Segundo Rubem Alves se o número de candidatos  for superior ao número de vagas o sorteio deverá ser o instrumento de entrada nas Faculdades.            A verdade é que as escolas perderam o seu sentido fundamental de gestar um ser humano pleno e de preocupar-se com a iniciação do jovem  em seu autoconhecimento, que Sócrates a mais de dois mil anos já apontava como “principio de toda a sabedoria” .             Sim, ignorante de si mesmo como poderá o jovem escolher um campo profissional de   atuação ? O resultado é o sem número de diplomas nunca utilizados ou de artistas nunca revelados… Aliás o clássico do cinema , em educação, “Sociedade dos Poetas Mortos” , assim o diz claramente…            Assim, a “normose” na Educação é o processo de massificação da maioria das escolas que induz os jovens a serem “iguais” à maioria e tornar-se um universitário, de forma mais relevante nas carreiras que “oferecerem maiores possibilidades de ganho”…            A transformação de tal quadro somente se dará quando a formação dos educadores incluir nas atividades formadoras, o autoconhecimento, caso contrário, teremos “cegos conduzindo cegos” … Sim, a saída da “normose” passa em primeiro lugar, pela percepção profunda da própria identidade, naquilo que o psicólogo Carl. G. Jung denominava de processo de “individuação”, com a integração do “ego” com o “self”.            Caso isto não ocorra nossas escolas continuarão “bancárias”, como Freire o dizia ou “normóticas” como aqui acentuado.             Jean Yves Leloup, Roberto Crema e Pierre Weil , lançaram recentemente uma obra denominada  “Normose – A Patologia da Normalidade” .            O tema é instigante e traz um profundo vínculo com a Educação . Na verdade, o primeiro paralelo com a Educação diz respeito à famosa definição de Paulo Freire que, para a baixa qualidade de muitas de nossas escolas, usava a expressão “educação bancária” . Tal educação apontada por Freire, seria, segundo a obra aqui referida  uma “educação normótica” . Por que ?             A expressão “normose” e seu adjetivo “ normótico” dizem respeito ao que os autores consideram como sendo a grande patologia contemporânea : a mesmice. Em outras palavras, o ser humano, abrindo mão de sua singularidade e portanto de sua criatividade , encontra-se hoje à busca de “clones” .             Buscam-se “receitas prontas” e modelos a serem copiados… Parece claro que a Educação, de forma particular, precisa e deve estimular a criatividade de seu aluno, para que sua personalidade integral aflore .             O grande desafio que os educadores enfrentam em sala de aula são as “metas” colocadas pela família e pelo Estado , como sendo o objetivo último da educação. O exemplo mais óbvio dessas “metas” diz respeito à preparação para os vestibulares . Rubem Alves tem incansavelmente escrito sobre os desvios do processo de ensino-aprendizagem , em decorrência dessa ênfase nos vestibulares.            Hoje é de todos conhecida uma escola pública portuguesa – a Escola da Ponte – que nasceu sob a inspiração da obra do mesmo Rubem Alves e oferece um perfil absolutamente revolucionário , para as “normoses” vigentes. Aliás, uma escola pública municipal, de São Paulo vem buscando implantar regime semelhante ao da referida Escola da Ponte.             O Professor José Pacheco , diretor e fundador da escola portuguesa , tem estado no Brasil e numa palestra proferida na PUCSP ofereceu aos ouvintes o detalhamento do caminho percorrido pela instituição que dirige.            Em livro publicado recentemente , da Editora Papirus , de autoria de Rubem Alves, denominado “A Escola com que Sempre Sonhei Sem Imaginar que Pudesse Existir”  o autor detalha a história do surgimento dessa proposta educativa.            Quero acentuar que o exemplo que estou trazendo da Escola da Ponte poderá servir como estímulo, e não como modelo a ser seguido, caso contrário estaríamos caindo numa outra forma de “normose”… Posso da mesma forma que aponto para a Escola da Ponte, referir-me à Pedagogia Waldorf  também como proposta fora dos moldes “normóticos”,   visto que a preocupação primeira de tal pedagogia não são os vestibulares, mas , sim, uma iniciação do jovem , com ênfase nas artes, na realização plena de sua personalidade. Da mesma forma que a Escola da Ponte, a Pedagogia Waldorf também pode servir de inspiração, mas não de “modelo”…            Por que toda essa reflexão ?            Na verdade, sou educador desde os anos setenta,  trabalhando especialmente na PUCSP durante mais de trinta anos,   com alunos de pedagogia no primeiro ano de seu curso, e observando, que a maioria chega absolutamente “vazia” de conhecimentos esperados para sua idade e freqüentemente sem saber do porquê da eleição da área escolhida…Tanto assim que é muito comum a mudança de Faculdade, após o primeiro ano…Ou, pior ainda, o curso é feito tão somente no sentido de “obter um diploma”…            Tais ocorrências deixam claro que aquilo que Freire considerava fundamental no processo educativo não vem sendo considerado, ou seja, “conscientizar antes de alfabetizar”… Tal conscientização implicaria num processo de integração do aluno em seu “mundo vida”, como o próprio  Freire indicava. Ora integrar o aluno em seu mundo vida  seguramente é muito mais do que prepará-lo para o vestibular…            A sociedade vem “descobrindo”, que os jovens têm talentos múltiplos além daqueles próprios dos “doutores” … Hoje temos cursos de hotelaria, culinária, turismo, terapias corporais e outros que a cada momento vão surgindo. É preciso dar ao jovem no curso médio essa ampla visão de seu possível futuro profissional , inclusive como o  de artesão e não privilegiar a preparação para os vestibulares , que por sinal , não fosse o “loby” dos cursinhos já não existiriam, como já ocorre  em muitos paises . Na verdade são os currículos dos alunos que deverão servir  como instrumento de acesso   às   universidades. Segundo Rubem Alves se o número de candidatos  for superior ao número de vagas o sorteio deverá ser o instrumento de entrada nas Faculdades.            A verdade é que as escolas perderam o seu sentido fundamental de gestar um ser humano pleno e de preocupar-se com a iniciação do jovem  em seu autoconhecimento, que Sócrates a mais de dois mil anos já apontava como “principio de toda a sabedoria” .             Sim, ignorante de si mesmo como poderá o jovem escolher um campo profissional de   atuação ? O resultado é o sem número de diplomas nunca utilizados ou de artistas nunca revelados… Aliás o clássico do cinema , em educação, “Sociedade dos Poetas Mortos” , assim o diz claramente…            Assim, a “normose” na Educação é o processo de massificação da maioria das escolas que induz os jovens a serem “iguais” à maioria e tornar-se um universitário, de forma mais relevante nas carreiras que “oferecerem maiores possibilidades de ganho”…            A transformação de tal quadro somente se dará quando a formação dos educadores incluir nas atividades formadoras, o autoconhecimento, caso contrário, teremos “cegos conduzindo cegos” … Sim, a saída da “normose” passa em primeiro lugar, pela percepção profunda da própria identidade, naquilo que o psicólogo Carl. G. Jung denominava de processo de “individuação”, com a integração do “ego” com o “self”.            Caso isto não ocorra nossas escolas continuarão “bancárias”, como Freire o dizia ou “normóticas” como aqui acentuado.

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