Fake news e liberdade de expressão

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Fake news é um termo que se escuta muito, principalmente de uns anos para cá, com a globalização e a facilidade de propagação de informações.

A internet permite, de uma forma ou outra, que qualquer pessoa coloque qualquer tipo de informação e que ela chegue com facilidade às pessoas.

Muitos até dizem que a internet é “terra sem lei”. Na verdade, não é bem assim, e cada vez mais surgem leis para regularizar e proteger os usuários. Porém, é fato que é muito fácil divulgar qualquer tipo de informação e, usando um ditado popular, até muitos descobrirem que “focinho de porco não é tomada”, a informação já foi difundida. É dessa forma que se propagam as chamadas fake news.

Mas o que é fake news?

Em uma tradução literal, são notícias falsas.

Elas, aliás,  sempre existiram. A diferença, nos dias de hoje, tem relação com a rapidez e a proporção que elas tomam. Em uma época na qual não existia televisão, por exemplo, uma notícia, para chegar a um número grande de pessoas, demoraria no mínimo de um dia para o outro para ser impressa no jornal do dia seguinte, isso dependendo da hora em que o fato ocorreu. 

Com a televisão, conseguiu-se diminuir esse prazo, porém também dependia de algum tempo para um mínimo de organização e apuração dos fatos. Com a internet, qualquer pessoa, em tempo real, divulga algo e, numa fração de segundo, existe a possibilidade de que um número incontável de pessoas, no mundo todo, acesse aquela informação.

Quando essas informações são reais, isso é um grande benefício. Porém, quando elas não são, fica bem nítido o tamanho do estrago que isso pode causar.

Mas qual a diferença entre fake news e opiniões controversas, ou o chamado um lado da história?

É exatamente essa diferença que faz com que muitas pessoas relacionem fake news e liberdade de expressão. Essa relação, na verdade, não existe.

A liberdade de expressão está ligada ao direito de manifestação do pensamento, possibilidade de o indivíduo emitir suas opiniões e ideias ou expressar atividades intelectuais, artísticas, científicas e de comunicação, sem interferência ou eventual retaliação do governo.

Ela é garantida pelo artigo 5º da Constituição Federal, porém o exercício da mesma não é ilimitado e quando detectado excesso e abuso, como por exemplo no caso de calúnia, existe a punição pela lei.

Saiba mais: Conheça a diferença entre calúnia, difamação e injúria

Diante disso é que não se pode confundir liberdade de expressão com divulgação de fake news, nem com o ato de expressar uma opinião ou divulgar uma informação com a intenção somente de prejudicar alguém ou alguma instituição.

Algumas pesquisas pelo mundo já foram realizadas e mostram a descrença da população na mídia, devido ao aumento significativo de fake news. As pessoas sentem receio de ler ou acreditar no que escutam nos meios de comunicação, por exemplo.

No Brasil apenas 47% da população acredita na mídia. Um número bastante preocupante.

E isso é muito perigoso e prejudicial, pois permite, inclusive, que a propagação de informações erradas e equivocadas aumentem. As pessoas passam a acreditar somente em determinados canais ou pessoas devido, muitas vezes, a questões pessoais subjetivas e, com isso, acabam tendo contato somente com uma visão dos fatos, um tipo de opinião e perdendo a capacidade de análise e crítica.

Como combater as fake news?

A conscientização pode ser citada como a principal forma, mas engana-se quem pensa que os jovens são os que mais divulgam e mais acreditam nas falsas notícias.

No Brasil, quatro em cada dez pessoas dizem receber notícias falsas todos os dias. É o que diz uma pesquisa realizada pela Poynter Institute.

E ela cita também que 43% dos brasileiros já enviaram notícias ou informações falsas e somente depois descobriram isso, e que os jovens (18 a 25 anos) é que são os mais propensos a assumirem esse engano, além de serem os que mais buscam verificar as informações recebidas.

Para fazer essa verificação eles utilizam os buscadores, prestam atenção em datas, na fonte e quem enviou a notícia ou informação.

Esse cuidado demonstrado pelos jovens deve ser seguido como exemplo por toda a população. Quanto menos existe a divulgação das falsas notícias, menos força esse tipo de conduta tem e como consequência lógica temos a diminuição e até quem sabe a extinção de condutas desse tipo.

Conte uma fofoca para alguém que não repassa essa fofoca e veremos ela “morrer”. É um exemplo que pode não parecer funcionar em maior proporção, mas o fato é que esse tipo de conduta somente se enfraquece quando as pessoas se conscientizam dos males que ele produz.

É uma mudança individual que acaba levando a uma mudança coletiva.

Se você pesquisar no Google, por exemplo sobre o tema fake news, verá muitas notícias e muitas delas, inclusive, que trouxeram grandes prejuízos financeiros, sociais e pessoais.

Com isso é essencial que se combata as fake news e que cada vez mais o assunto seja debatido e compreendido pela população de forma geral. Conta, você tem dificuldade, nos dias de hoje, de confiar em canais de informações?

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