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INDÚSTRIA DO ERRO MÉDICO FAZ SURGIR CURSO ESPECIALIZADO

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Submitted by eopen on ter, 17/07/2018 – 14:57 Pós-Graduação ensina os profissionais de saúde a se defenderem de acusações de falhas no exercício da atividadeA chamada “indústria do erro médico” incentivou a criação de um curso de Direito Médico para advogados e profissionais da saúde, na Escola Paulista de Direito. As aulas de pós-graduação, aprovadas pelo Ministério da Educação, formarão a primeira turma em dezembro de 2009. A novidade é uma adequação à situação atual: de acordo com levantamento recente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), o número de denúncias de erro médico na entidade cresceu 75%. Foram 19.135 queixas de 2000 a 2006. Apenas 22 médicos foram impedidos de praticar a profissão. Em outro estudo, sobre processos na Justiça em segunda instância, entre 2000 e 2004, 64,9% dos médicos não foram responsabilizados.De acordo com o professor Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), o enfoque do curso “não é individualista”. Nenhum aluno está sendo processado. “Não é aqui que esse profissional deve se aprofundar”. Ele explica que, para o advogado, abre-se um novo campo de atuação. Para os profissionais de saúde, é a oportunidade de aprender e divulgar o Direito Médico, evitando processos.A aluna Maris Salete Demuner repassa os conteúdos aos estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Vejo maior interesse na área por parte dos meus alunos”, comentou a cirurgiã pediátrica. “A população cresceu, o acesso a informação aumentou, há muitas escolas de medicina de qualidade duvidosa. Motivos para o aumento das acusações não faltam”.O advogado Alan Rodrigues Lopes, que também voltou a estudar, quer atuar na área de cirurgia plástica. Essa é a especialidade com recorde de acusações. “O que é arrumar o nariz de um paciente? O médico pode ter feito a cirurgia de forma perfeita, mas o cliente pode achar que ficou feio. É uma questão subjetiva.”De acordo com Antônio Pereira Filho, segundo secretário do Cremesp, os profissionais que precisam de auxílio em processos de erro médico contratam advogados que também fizeram Medicina. “O ideal é ter as duas formações. Juízes nos consultam para esclarecimentos médicos”, contou. “Esta é uma área complexa. Não me refiro aos casos de advogados de porta de hospital, como os de porta de cadeia. Eles incentivam processos e fazem contratos condenados pela OAB. Não cobram nada. Mas, se o sujeito ganhar a ação, o dinheiro é dividido igualmente.”Aptos a dar aulas O curso dura um ano e meio e é distribuído em três semestres (360 horas/aula). As aulas são quinzenais e acontecem aos sábados, das 8h às 17h45. Após a conclusão desta pós-graduação, o especialista poderá dar aulas em universidades. Carvalhaes aposta que a matéria será uma coqueluche nos próximos anos. Nova turma, com 30 vagas, será montada no ano que vem. Análise curricular e entrevista são os meios de seleção. Mais informações: (11) 3277-2822 e 0800-771-6629. Fonte Diário de São Paulo

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